
A côdea (a parte exterior) simboliza o ouro; já as frutas secas e as cristalizadas representam a mirra; por fim, o incenso está representado no aroma do bolo.
A explicação para a existência da fava no interior no Bolo Rei está ligada a uma lenda, segunda a qual quando os Reis Magos viram a Estrela de Belém que anunciava o nascimento de Cristo, disputaram entre si o direito de entregar ao Menino os presentes que levavam.
Como estes não conseguiam chegar a um acordo, um padeiro, para pôr termo à discussão, propôs fazer um bolo com uma fava no interior da massa, em seguida, cada um dos três magos do Oriente pegaria numa fatia, o que tivesse a sorte de retirar a fatia que possuísse a fava, ganharia o direito de entregar os presentes a Jesus. Não se sabe qual foi contemplado com a fatia premiada, pode ter sido qualquer um dos três, Baltasar, Belchior ou Gaspar.
É claro que isto é só uma lenda, o Bolo Rei tem, na verdade origens francesas. A receita do Bolo Rei coreu mundo, muito contribuiu para isso a fama que o bolo ganhou de proporcionar prosperidade a quem comesse a fatia que possuísse a fava. Contudo, dita a tradição que quem receber a fatia com a fava, tem de oferecer o Bolo Rei no ano seguinte.

Tanto quanto se sabe, a primeira casa onde se vendeu em Lisboa o Bolo-Rei foi a Confeitaria Nacional, certamente depois de 1869.
A pouco e pouco, a receita do Bolo-Rei generalizou-se. Outras confeitarias de Lisboa passaram a fabricá-lo, o que deu origem a versões diversas, que de comum tinham apenas a fava.
No Porto, foi posto à venda pela primeira vez em 1890, por iniciativa da Confeitaria de Cascais. Diz-se que este Bolo-Rei foi feito segundo receita que o proprietário daquela confeitaria, Francisco Júlio Cascais, trouxera de Paris.
Inicialmente, só era fabricado na véspera do Dia de Reis, mas a partir de 1920, a Confeitaria de Cascais passou a ter Bolo-Rei quase todos os dias.
Na altura, já muitas confeitarias de Lisboa o vendiam.
Assim, actualmente em Portugal, o consumo de Bolo Rei é mais significativo entre finais de Novembro e o dia 6 de Janeiro, o dia de Reis.
Embora, o gosto por este bolo no nosso país faça com que ele seja vendido durante todo o ano, a verdade é que as vendas deste disparam durante a época acima assinalada, até porque durante a época natalícia, o Bolo Rei não se limita a ser um bolo com um gosto agradável, ele é na verdade um verdadeiro símbolo desta época!
Não há dúvidas, que o Bolo-Rei veio de Paris. O «nosso» Bolo-Rei segue a receita utilizada a sul do Loire, um bolo em forma de coroa, feito de massa levedada (massa de pão). Acrescenta-se, de qualquer modo, que as várias receitas os bolos continham uma fava simbólica, que nem sempre era uma verdadeira fava, podendo ser um pequeno objecto de porcelana.
Hoje em dia, o Bolo-Rei inclui um brinde e uma fava. O brinde é um pequeno objecto metálico sem outro valor que não seja o de símbolo, e mesmo assim pouco evidente para a maioria das pessoas.
Como não podia deixar de ser, minhas amigas, aqui vos deixo a receita de Bolo Rei, não será certamente a receita original, mas de qualquer modo, não podia deixar de colocar aqui uma receita de Bolo Rei.
50g açúcar
750g farinha
1 fava
30g fermento de padeiro
175g frutas cristalizadas
250g frutos secos
raspas de laranja q.b.
raspas limão q.b.
150gr margarina
1 colher de sobremesa sal
4 ovos
1 dl. vinho do Porto
Preparação:
Depois de retirar as sementes que possam haver, pique as frutas e deixe-as a macerar com o vinho do Porto (deixe algumas inteiras para enfeitar). Dissolva o fermento de padeiro em 1 decilitro de água morna, junte a 1 chávena de farinha e deixe a levedar em lugar não muito frio durante 15m. Entretanto, bata a margarina, o açúcar, e as raspas de limão e laranja, junte os ovos (batendo um a um), e o fermento. Quando tudo estiver bem ligado adicione o resto da farinha e o sal.
Amasse até que a massa fique elástica e macia e junte as frutas, misturando muito bem.
Molde a massa numa bola, polvilhe com farinha e tape a massa com um pano, deixando levedar num ambiente não muito frio durante 5 horas.
Depois da massa ter duplicado de volume, coloque-a sobre um tabuleiro e faça-lhe um buraco no meio.
Introduza um brinde (bem embrulhado em papel vegetal) e 1 fava, e deixe levedar mais uma hora. Pincele o bolo com gema de ovo, enfeite com frutas cristalizadas inteiras, torrões de açúcar, pinhões, nozes, etc., e leve a cozer em forno bem quente.
Depois de cozido pincele o bolo-rei com geleia diluída num pouco de água quente.
Bom apetite!
