30 outubro 2008

Mais receitas...



Queridas amigas, tal como eu previa o sucesso com as receitas do passado fim de semana foi grande e como eu tinha prometido aqui ficam mais umas sugestões para este fim de semana, que por sinal até tem um feriado, apesar de ser a um Sábado, não deixa de ser feriado à mesma.

Desta vez convido-vos a tomar um chá comigo, em vez de chocolate quente.

Foi a princesa Catarina de Bragança, inveterada consumidora de chá, que ao casar com o Rei D. Carlos II levou para a corte inglesa esta nova bebida.
Para fazer jus à nossa Princesa acompanhe o seu lanche com um chá a preceito e delicie-se a degustar outros ex-libris do “chá das 5”.

A palavra cha em mandarim transformou-se em ch’a em cantonês e deste modo passou para os portugueses com o chá (nas trocas comerciais em Macau) e também para o persa, japonês e hindi; em árabe tornou-se shai, em tibetano já, em turco chav e em russo chai.

Agora aqui ficam algumas receitas para acompanharem o vosso chá.

MUFFINS

100gr. de farinha de trigo; 150 gr. de maizena; 3 colheres de chá de fermento em pó; 4 colheres de sopa de açúcar; 1 ovo; 100 gr. de manteiga; 1 chávena bem cheia de leite; 1 pitada de sal.

Bata a manteiga em creme e junte-lhe as farinhas, o açúcar, o sal e o fermento. Bata muito bem. Adicione a gema de ovo desfeita em leite e, por fim, junte a clara em castelo, envolvendo cuidadosamente.


Deite em pequenas formas de bordos lisos, previamente untadas de manteiga.
Coza em forno pré aquecido a 180ºC durante 20 minutos.
Sirva-os quentes acompanhados com manteiga ou compotas diversas.



BOLO CHIFFON DE CHOCOLATE

½ chávena de cacau; 175 gr. de farinha; 3 colheres de chá de fermento; 300 gr. de açúcar; 7 ovos; ½ chávena de óleo alimentar; ¾ de chávena de água a ferver; ½ colher de chá de bicarbonato de sódio; 1 pitada de sal.



Numa tigela grande misture a farinha com o açúcar, o fermento e o sal. Abra uma cova e deite o óleo e depois as gemas. Mexa e acrescente a água na qual se dissolveu o cacau, depois de arrefecer um pouco.
Bata tudo até fazer bolhas.
À parte, bata as claras com o bicarbonato. Misture lenta e cuidadosamente e deite a massa numa forma bastante grande, não untada.
Leve ao forno e, quando estiver cozido, inverta a forma sobre o prato de serviço até arrefecer.
Desenforme com o auxílio de uma faca fina.
Cubra com uma glace de chocolate e enfeite com farripas de chocolate.



Dias frios pedem lanches... e ainda por cima com coisas deliciosas!!!

Nestes dias vem-nos à memória as tardes bem passadas à volta de uma chávena fumegante. Lembramos o aroma do chá, o sabor das torradas com manteiga ou geleia e dos biscoitos quentinhos acabados de sair do forno.

É uma tradição que não há razão para se perder.

Os dias agora mais curtos convidam a passar as tardes com quem mais gostamos.

Por isso este fim-de-semana desafio-vos a reunirem a vossa família e amigos, longe das correrias do dia-a-dia, e disfrutarem de um momento ameno e bem disposto.

Espero que gostem da sugestão e aproveitem bem o fim de semana.





29 outubro 2008

Pássaro

" É renunciando ao conforto do ninho que o pássaro voa e
se deleita com as amplas e maravilhosas paisagens da natureza."
Que o SENHOR te guie em todos os teus voos!
Beijos!

28 outubro 2008

~Mães...



Muito se fala a respeito das mães e do poder do seu amor.
Um dos casos mais significativos com certeza, foi relatado pela doutora Elisabeth Kübler-Ross.
No hospital onde trabalhava, encontrou uma senhora portadora de uma doença terrível e que já havia sido internada dez vezes.
Cada vez que passava um período no centro de terapia intensiva, todos os médicos e enfermeiras, apostavam que ela iria morrer. Contudo, após as crises, melhorava e voltava para casa.
O pessoal do hospital não entendia como aquela mulher continuava resistindo e não morria.
Então certo dia, a senhora Schwartz explicou que o seu marido era esquizofrénico e agredia o filho mais novo, cada vez que tinha um dos seus ataques.
Ela temia pela vida do filho, caso ela morresse antes que o menino alcançasse a maioridade.
Se morresse, o marido seria o único tutor legal do filho. Ela ficava imaginando o que aconteceria com o rapaz nas mãos de um pai com tal problema. É por isso que ainda não posso morrer, concluiu.
O que mantinha aquela mulher viva, o que lhe dava forças para lutar contra a morte, toda vez que ela se apresentava, era exactamente o amor ao filho.
Como deixá-lo nessas circunstâncias?
Por isso, ela lutava e lutava sempre. A doutora, observando emocionada o sofrimento físico e moral daquela mulher, resolveu ajudá-la providenciando um advogado para que aquela mãe, tão preocupada, transferisse a custódia do menino para um parente mais responsável.
Aliviada, a paciente deixou o hospital infinitamente agradecida por poder viver em paz o tempo que ainda lhe restava.
Agora, afirmou, quando a morte chegar, estarei tranquila e poderei partir.
Ela ainda viveu pouco mais de um ano, depois abandonou o corpo físico em paz, quando o momento chegou.
A história de vida desta mulher, faz-nos recordar de todas as heroínas anónimas que se transformam em mães, em nome do amor.
Daquelas que trabalham de sol a sol, catando papel nas ruas, trabalhando em indústrias ou fábricas e retornam para o lar, no início da noite para servir o jantar aos filhos pequenos. Supervisionar as lições da escola, cantar uma canção enquanto eles adormecem em seus braços.
E as mães de portadores de deficiências física e mental que dedicam horas e horas, todos os dias, exercitando os seus filhos conforme a orientação dos profissionais, apenas para que eles consigam andar, mover-se um pouco, expressar-se.
Mães anónimas, heroínas do amor.
Todos nós que estamos na terra, devemos a nossa existência a uma criatura assim. E quantos de nós temos ainda que agradecer o desenvolvimento intelectual conquistado, o diploma, a carreira profissional de sucesso, a maturidade emocional, fruto de anos de dedicação incomparável.



Quem desfruta da alegria de ter ao seu lado na terra sua mãe, não se esqueça de honrar-lhe os dias com as flores da gratidão.
Se os dias da velhice já a alcançaram, encha-lhe os dias de alegria. Acaricie os seus cabelos nevados com a ternura das suas mãos.
Lembre-lhe que a sua vida se enobrece graças aos seus exemplos signos, os sacrifícios sem conta, as lágrimas vertidas dos seus olhos.
E, colhendo o perfume leve da manhã, surpreenda-a dizendo: bendita sejas sempre, minha mãe.
Que Deus abençoe todas as mães!

27 outubro 2008

Última carta



Um amoroso pai de família, dias antes de ser hospitalizado enviou, pela Internet, uma carta a seus filhos, com a seguinte mensagem:

"Filhos amados, quando as coisas estiverem difíceis, abram bem os olhos e busquem o céu. Vejam como é imenso. Olhem a natureza e percebam como ela é incrivelmente linda, em cada detalhe. Olhem as cidades, seus prédios, os carros, e notem tudo o que a vontade do homem já foi capaz de produzir.

Sintam que cada um de vocês faz parte da criação de Deus. Que cada um integra a própria natureza. E que cada um também tem de construir e de alterar um pouco de sua própria cidade.

Percebam que vocês, aqui e agora, fazem parte de uma sociedade que constrói um mundo novo. Apesar da sensação de pequenez diante da grandeza do universo, e embora, por vezes, vocês se sintam sozinhos e sem forças, na verdade, cada um é importante e necessário na sinfonia da vida.
O amor e a alegria de vocês produzem uma energia única, capaz de transformar o meio em que vivem e as pessoas que os cercam.

Cada um pode levar mais luz ao caminho que palmilha por intermédio de seu sorriso e de seu trabalho. E assim, pode iluminar outras vidas e enternecer outros seres.
Não esperem que o mundo, que os outros façam algo por vocês. Respirem fundo e pensem: ‘o que eu posso fazer pelo mundo?’ O que posso fazer pelos outros?

Nunca esqueçam que cada um colhe aquilo que plantou. Que os espinhos que hoje nos ferem as mãos são o resultado de uma semeadura equivocada do passado, próximo ou não.

Se desejam uma estrada ladeada de flores, é preciso que elas sejam semeadas desde agora, por cada um de vocês.
Acreditem: Deus está presente em tudo e em toda parte. Um dia a própria ciência humana, ainda tão limitada, será capaz de admitir e de comprovar essa valiosa verdade."

Embora seu corpo físico não tenha resistido à doença que subitamente o atingiu, as palavras de amor e de fé daquele pai ainda ecoam no coração daqueles que o amam. Esta foi sua última carta.



Não sabemos quando será o nosso momento de partir para o outro plano da vida. Talvez ele tarde, talvez não. Quem sabe se as palavras que dissemos há pouco não foram as últimas desta existência?
Como saber se o "até logo" com que nos despedimos de nossos amores, minutos atrás, não foi o último adeus que esta vida nos ofereceu?
Por isso, despeça-se sempre com palavras de carinho e de optimismo.
Aproveite todas as oportunidades que tiver para transmitir mensagens positivas a quem quer que seja.
Dê bons exemplos e seja coerente em suas atitudes.
Diga àqueles que lhe são caros, sempre que possível, o quanto os ama e como eles são importantes para si.

Um dia, mais cedo ou mais tarde, inevitavelmente a partida será real e então, as lágrimas serão decorrentes da saudade e não do arrependimento pelas oportunidades desperdiçadas.


26 outubro 2008

Se eu não fizer...



Nos Alpes Italianos existia uma pequena vila que se dedicava ao cultivo de uvas para produção de vinho. Uma vez por ano, lá ocorria uma festa para comemorar o sucesso da colheita.

A tradição exigia que nesta festa, cada morador da vila trouxesse uma garrafa do seu melhor vinho, para colocar dentro de um grande barril que ficava na praça central.

Entretanto, um dos moradores pensou:

- "Porque deverei levar uma garrafa do meu mais puro vinho? Levarei uma d'água, pois no meio de tanto vinho o meu não fará falta."

Assim pensou e assim fez.

No auge dos acontecimentos como era de costume, todos se reuniram na praça, cada um com sua caneca, para pegar uma porção daquele vinho, cuja fama se estendia além das fronteiras do país.

Contudo, ao abrir a torneira do barril, um silêncio tomou conta da multidão. Daquele barril apenas saiu água. Como isto aconteceu?
Foi que todos pensaram como aquele morador: "A ausência da minha parte não fará falta."

Nós somos muitas vezes conduzidos a pensar: "

Tantas pessoas existem neste mundo que se eu não fizer a minha parte isto não terá importância."


O que aconteceria com o mundo se todos pensassem assim?

23 outubro 2008

Receitas fim de semana


Olá queridas amigas, hoje e a pedido de algumas amigas venho deixar-vos uma sugestão para um lanche de fim de semana.

Agora que o Outono parece ter vindo para ficar e o friozinho já se começa a sentir aqui vos deixo algumas sugestões para fazerem um lanche em pouco tempo e espero que seja do vosso agrado.

Improvisem e façam um brilharete. Os clássicos scones prontos em poucos minutos, uns palitos que se sobrarem podem guardar e uma bola recheada com fiambre e queijo e para acompanhar não podia faltar o chocolate quente.


SCONES

225 gr. de farinha, 4ogr. De açúcar, 1 ovo batido, 1 colher de sopa de manteiga, 6 colheres de sopa de leite, 1 colher de chá bem cheia de fermento, 1 pitada de sal.

Peneire a farinha com o sal e o fermento. Junte a manteiga partida em lamelas e os restantes ingredientes, misturando tudo rapidamente com as pontas dos dedos, sem amassar. Coloque a massa sobre uma mesa enfarinhada e tenda bolinhas que se colocam num tabuleiro untado.
Leve ao forno quente durante 10 a 15 minutos.
Sirva quentes com manteiga ou compotas diversas.


PALITOS PARA O CHÁ


250 gr de farinha, 125 gr. de açúcar, 4 gemas, 2 claras, 50gr. de amêndoas picadas, raspa de limão ou canela.

Bata os ovos, (gemas e claras), com o açúcar até a mistura estar em espuma e esbranquiçada.
Acrescente as amêndoas e, querendo, a raspa de limão ou a canela.
Junte a farinha peneirada e, depois de bem batido, deite a massa num tabuleiro untado.
Polvilhe a superfície com mais algumas amêndoas cortadas em pequenas lamelas.
Leve ao forno médio e, depois de cozido, desenforme e corte em palitos.
Coloque novamente no tabuleiro e leve ao forno para corar, mas sem queimar.


BOLA DE FIAMBRE E QUEIJO


2 chávenas de farinha, 2 ovos, 2 colheres de sopa de manteiga, 1 chávena bem cheia de leite, 2 colheres de sopa rasas de fermento em pó, sal q.b., fatias de fiambre e queijo q.b.

Peneire a farinha com o sal e o fermento para dentro de uma tigela. Junte a menteiga partida em lamelas e esfarele com a ponta dos dedos. Adicione o leite e os ovos, previamente batidos, e amasse ligeiramente.
Divida a massa em três partes iguais e disponha sobre uma tarteira de vidro em camadas alternadas de massa, queijo e fiambre, sendo a última de massa. Pincele a superfície com um pouco de manteiga amolecida e leve ao forno quente.
Sirva quente.

Ah e não se esqueçam de acompanhar com um bom chocolate quente simples ou então mais requintado com uma nuvem de natas batidas na superfície de cada chávena

Espero que tenham gostado das sugestões aqui deixadas e deixem que os lanches de fins-de-semana se espreguicem pela noite sem que ninguém precise de se afadigar.

Aproveitem para contar histórias, brincar às adivinhas, fazer jogos com palavras, divertirem-se em família ou entre amigos.

Um maravilhoso fim de semana e se gostaram destas sugestões no próximo fim de semana deixarei mais algumas.
Beijos.






Ensinar...



Um dia destes um garoto de oito anos contava à sua mãe as suas experiências na sala de aula. Comentava sobre cada professor, sua maneira de ser e de transmitir ensinamentos.

Dizia que gostava muito das aulas de uma determinada professora, embora não gostasse muito da matéria. Comentava ainda, que detestava ter que assistir às aulas da sua matéria preferida porque não gostava da professora.

Dizia com a franqueza que a inocência infantil permite:

-"a professora de História está sempre de mau humor. Ela grita com a gente por qualquer motivo e nunca sorri. Quando passa uma lição e algum aluno não faz exactamente como ela mandou, faz um escândalo. Todos os alunos têm medo dela. Já a professora de Português está sempre a sorrir. Brinca com a turma e só chama a atenção quando alguém está a atrapalhar a aula. Eu até fiz uma brincadeira com ela um dia destes, e ela riu muito."

Depois de o ouvir atentamente, a mãe perguntou-lhe:
- "e por que também não gostas das aulas de religião, filho?"
Ah falou o menino, o professor é grosseiro e cínico. Critica todos os alunos que têm crença diferente da dele e diz que estão errados sempre que não respondem o que ele quer ouvir. E antes de sair para ir brincar com os colegas, o garoto acrescentou:

- "agora eu sei que, por mais complicada que seja a matéria, o que faz a diferença mesmo, é o professor."

De uma conversa entre mãe e filho, aparentemente sem muita importância, podemos retirar sérias advertências. E uma delas é a responsabilidade que pesa sobre os ombros daqueles que se candidatam a ensinar. Muitos se esquecem de que estão exercendo grande influência sobre as mentes infantis que lhes são confiadas por pais desejosos de formar cidadãos nobres.

Talvez pensando mais no salário do que na nobreza da profissão, alguns tratam os pequenos como se fossem culpados por terem que passar longas horas numa sala de aula. Mais grave ainda, é quando se arvoram a dar aulas de religião e agridem as mentes infantis com a arrogância de que são donos da verdade semeando no coração da criança as sementes do cepticismo.

Quem aceita a abençoada missão de ensinar, deve especializar-se nessa arte de formar os caracteres dos seus educandos, muito mais do que adestrar-se em passar informações pura e simplesmente. É preciso que aqueles que se dizem professores tenham consciência de que cada criatura que passa por uma sala de aula, levará consigo para sempre, as marcas indeléveis de suas lições. Sejam elas nobres ou não.

É imprescindível que os educadores sejam realmente mestres no verdadeiro sentido do termo. Que ensinem com sabedoria, entusiasmo e alegria. Que exemplifiquem a confiança, a paz, a amizade, o companheirismo e o respeito. E aquele que toma sobre si a elevada missão de ensinar religião, deverá estar revestido de verdadeira humildade e da mais pura fraternidade, a fim de colocar Deus acima de qualquer bandeira religiosa.

Deverá religar a criatura ao seu Criador, independente da religião que esta professe, sem personalismo e sem o sectarismo deprimente, que infelicita os seres e os afasta de Deus.

Por fim, todo professor deverá ter sempre em mente que a sua profissão é uma das mais nobres, porque é a grande responsável por iluminar consciências e formar cidadãos de bem.

Mestre verdadeiro é aquele que ajuda a esculpir nas almas as mais belas lições de sabedoria.


Verdadeiro professor é aquele que toma das mãos do homem, ainda criança, e o conduz pela estrada segura da honestidade e da honradez. O verdadeiro mestre é aquele que segue à frente, sinalizando a estrada com os próprios passos, com o exemplo do otimismo e da esperança.

21 outubro 2008

A paz...




A senhora Ann Grace, moradora de uma pequena cidade Norte Americana conta que durante muitos anos costumava ver os meninos da vizinhança a brincar de soldado e bandido.

Brincar de guerra, como muitos garotos costumam fazer nos dias de hoje. Ela teve a oportunidade de ver aquela geração crescer e ir para a Guerra. E as vozes e gritos de comando, que antes eram de brincadeira, tornaram-se para eles uma sangrenta realidade.

Agora o "você está ferido! Renda-se!" Era para valer.

Mas, certo dia, quando alguns garotos invadiram o seu jardim perseguindo outros, com suas metralhadoras de imitação, a Sra. Ann Grace, já com 68 anos de idade, chamou-os para junto de si. E quando todos os meninos se reuniram ao seu redor, ela falou-lhes da guerra, dos armamentos, da loucura de derramar sangue humano.

Exaltou, depois a paz e suas excelentes vantagens. Convenceu-os por fim, a abandonar as armas de brinquedo e servirem-se dos instrumentos desportivos e bolas que ela havia comprado para eles.

No dia seguinte fizeram uma proclamação assinada pela Sra. Ann e todos os garotos seus conhecidos. O documento dizia o seguinte:

"a paz começa na nossa rua. O mundo em que vivemos seria bem melhor sem armas e com mais justiça e amor."

E o pequeno pacto foi concluído por meio de uma fogueira feita com as armas e munições de brincadeira. Contemplando com satisfação o seu grupo de ex-soldados e bandidos, a venerada senhora exclamou mais uma vez: "a paz começa em nossa rua."

Parafraseando a Sra. Ann Grace, diría que a paz começa em nossa intimidade. Somente depois ela invade o lar, sai para as ruas, se espalha pela cidade e ganha o mundo.


A própria Sra. Grace foi um exemplo disso. Se ela não tivesse sentido na alma a necessidade da paz, não teria proposto o desarmamento aos garotos.
Nos dias actuais, se todos os adultos tomassem uma sábia decisão como a da Sra. Grace, certamente o futuro da humanidade mudaria o seu rumo. Mas para isso, é preciso entender que é loucura derramar sangue humano e compreender as excelentes vantagens de se viver em paz. E essa paz não é apenas a ausência de guerras, mas a paz no seu mais abrangente sentido.


Em nome da paz "espalhe amor onde quer que você vá".

Primeiro de tudo em seu próprio lar, aos seus filhos e demais familiares. Depois, ao seu vizinho de porta e aos outros moradores da sua rua. Não deixe ninguém vir até si sem partir melhor ou mais feliz com a paz que você lhe emprestou.

Seja a expressão viva da bondade de Deus: bondade em sua face, em seus olhos, em seu sorriso, bondade em seu caloroso cumprimento.

Essa é uma óptima receita para se conquistar a paz efectiva.

20 outubro 2008

A telha de vidro




Nem sempre a vida segue o curso que se deseja, que se espera. Assim foi com Raquel.
Depois da morte de seus pais ela, ainda bem moça, deixou a cidade em que nascera para morar na quinta, com os tios que mal conhecia.
Iria morar na casa que havia sido construída por seu bisavô, há muito tempo.
Era uma casa muito antiga e a maior parte de seus móveis eram peças pesadas e escuras que ali estavam há mais tempo do que as pessoas saberiam dizer.
Seus tios eram pessoas simples, acostumados com a vida que sempre viveram, desconfiados com tudo que pudesse alterar a rotina que lhes dava segurança.
A chegada de Raquel representou para eles um certo transtorno. Onde ficaria instalada a menina?
Como não havia um quarto mais apropriado deram-lhe um quarto pequeno, que ficava no sótão.
Nem o tamanho reduzido, nem o cheiro a mofo incomodaram Raquel. O que lhe entristecia naquele quartinho abafado era apenas o facto de não ter janelas.
Não se podia ver o sol, nem o céu, nem as árvores do quintal ou as flores do jardim.
A luz limitava-se a entrar timidamente pela porta. A falta de claridade naquele quartinho parecia encher ainda mais de tristeza o coração dolorido da moça.
Até que um dia, depois de muito ter chorado em silêncio, Raquel decidida a voltar a sorrir, pediu que lhe trouxessem da cidade uma telha de vidro.
Um pouco desconfiados, seus tios acabaram cedendo.
Daí, um milagre aconteceu. Mesmo sem janelas o quarto de Raquel antes tão sombrio, passou a ser a peça mais alegre da quinta. Tão claro que ao meio-dia, aparecia uma renda de arabesco de sol nos ladrilhos vermelhos, que só a partir de então conheceram a luz do dia.
A lua branda e fria também se mostrava às vezes pelo clarão da telha milagrosa. E algumas estrelas audaciosas arriscaram surgir no espelho onde a moça se penteava.
O quartinho que era feio e sem vida, fazendo os dias de Raquel cinzentos, frios, sem luar e sem clarão agora estava tão diferente. Passou a ser cheio de claridade, luzes e brilho. Raquel voltou a sorrir. Toda essa mudança só porque um dia ela, insatisfeita com a própria tristeza, decidiu colocar uma telha de vidro no telhado daquela casa antiga, trazendo para dentro da sua vida a luz e a alegria que faltavam.





Muitas vezes presos a hábitos antigos e em situações consolidadas, deixamos de lado verdades que nos fazem felizes. Deixamos que a ausência de janelas em nossa vida escureça nossas perspectivas, enchendo de sombras o nosso sorriso e o nosso quotidiano.
Vamos nos acomodando, aceitando estruturas que sempre foram assim e que ninguém pensou em alterar, ou que não se atreveu a tanto.
Mudanças e reformas são necessárias e sadias. Nem todas dão certo, ou surtem o efeito que desejaríamos porém, cabe-nos avaliar a realidade em que nos encontramos e traçar metas para buscar as melhorias pretendidas.
Não podemos esquecer porém, que em busca de nossos sonhos de felicidade não devemos simplesmente passar por cima do direito dos outros.
Nesse particular, cabe-nos lembrar a orientação sempre segura de Jesus, que devemos fazer aos outros aquilo que gostaríamos que nos fizessem.

Baseado no poema Telha de Vidro de Rachel de Queiroz

19 outubro 2008

Amor e justiça



Há séculos atrás havia uma tribo cujo chefe era tido como superior aos chefes de todas as demais tribos. Naquela época, a superioridade era medida pela força física. Assim, a tribo mais poderosa era a que tinha o chefe mais forte. Mas o chefe de que estamos a falar não tinha somente força física. Ele era também conhecido pela sua sabedoria.
Desejando que o povo vivesse em segurança, ele criou leis abrangendo todos os aspectos da vida tribal.
Eram leis severas que ele, como juiz imparcial, fazia cumprir com rigor.
Desta feita, problemas começaram acontecer na tribo. Alguém estava a cometer pequenos furtos.
O chefe reuniu a tribo e com tristeza no olhar, frisou que as leis tinham sido feitas para os proteger, para os ajudar.
Como todos tinham do que necessitavam para viver, não havia necessidade de ocorrerem furtos. Assim, ele estabeleceu que o responsável teria o castigo habitual aumentado de 10 para 20 chibatadas.
Os furtos entretanto continuaram.
Ele voltou a reunir o grupo e aumentou o castigo para 30 chibatadas. Mas os furtos não paravam.
-"Por favor", pediu o chefe. "estou suplicando. Para o bem de vocês, os furtos precisam parar. Eles estão causando sofrimento entre nós." E aumentou o castigo para 40 chibatadas.
Naquele dia, os que estavam próximos dele, viram que uma lágrima escorreu pela sua face, quando ele dispersou o grupo.
Finalmente, um homem veio dizer que tinha identificado o autor dos roubos. A notícia espalhou-se e todos se reuniram para ver quem era.
Um murmúrio de espanto percorreu a pequena multidão, quando a pessoa foi trazida por dois guardas.
A face do chefe empalideceu de susto e sofrimento. Era sua mãe. Uma senhora idosa e frágil.
"E agora?" Pensou o povo em voz alta.
Todos começaram a questionar-se se o chefe seria ainda assim, imparcial. Será que ele faria cumprir a lei? Seria o amor por sua mãe capaz de o impedir de cumprir o que ele mesmo estabelecera?
Notava-se a luta íntima do chefe que por fim, falou:
- Meu amado povo. Faço isto pela nossa segurança e pela nossa paz.. As 40 chibatadas devem ser aplicadas porque o sofrimento que este delito nos causou foi grande demais."
Acenou com a cabeça e os guardas fizeram sua mãe dar um passo em frente. Um deles retirou o manto dela, deixando à mostra as costas ossudas e arqueadas. O carrasco armado de chicote, aproximou-se e começou a desenrolar o seu instrumento de punição.
Nesse momento, o chefe deu um passo à frente. Retirou o seu manto e todos puderam ver seus ombros largos, bronzeados e firmes. Com muito carinho, ele passou os braços ao redor de sua querida mãe protegendo-a por inteiro, com o próprio corpo. Ele encostou o seu rosto ao da mãe e misturou as suas com as lágrimas dela. Murmurou-lhe algo ao ouvido e então, fez um sinal afirmativo para o encarregado.
O homem aproximou-se e desferiu nos ombros fortes e vigorosos do chefe da tribo uma chibatada, após outra, até completar exactamente 40.
Foi um momento inesquecível para toda a tribo que aprendeu, naquele dia, como se podem harmonizar com perfeição, o amor e a justiça.



O amor é vida, e a compaixão manifesta-lhe a grandeza e o significado. O amor tudo pode e tudo vence, encontrando soluções para as situações mais difíceis e controvertidas. Enfim, o amor existe com a finalidade exclusiva de tornar feliz quem o cultiva, enriquecendo aqueles aos quais se dirige.

16 outubro 2008

Ah essas mães...




Quando nos vem à mente uma figura de mãe, sempre surge acompanhada de um misto de divino e humano.
É muito rara a pessoa que não se comova diante da lembrança de sua mãe.
Meninos que abandonaram o lar por motivos variados e vivem nas ruas, quando evocam suas mães, uma onda de ternura invade-lhes o ser.
Por que será que as mães são essas criaturas tão especiais?
Talvez seja porque elas têm o dom da renúncia...
Uma mãe consegue abrir mão de seus interesses para atender esse serzinho indefeso e carente que carrega nos braços.
Mas as mães também têm outras características muito especiais. Um coração de mãe é compassivo.
A mãe sempre encontra um jeito de socorrer seu filho mesmo quando a vigilância do pai é intensa.
Ela alivia o castigo, esconde as traquinices, defende, protege, arruma uns trocos a mais.
Sim, uma mãe sempre tem algum dinheiro guardado mesmo convivendo com extrema necessidade, quando se trata de socorrer um filho.
Mães são excelentes guarda-costas. Estão sempre alerta para defender seu filho do coleguinha "terrorista", que quer puxar seu cabelo ou obrigá-lo a emprestar o seu brinquedo predilecto...
Quando a criança tem um pesadelo no meio da noite e o medo o apavora, é a mãe que corre para acudir.
As mães são um pouco fadas, pois um abraço seu cura qualquer sofrimento, e seu beijo é um santo remédio contra a dor...
Para os filhos, mesmo crescidos, a oração de mãe continua tendo o poder de remover qualquer dificuldade, resolver qualquer problema, afastar qualquer mal.
No entender dos filhos, as mães têm ligação directa com Deus, pois tudo o que elas pedem, Deus atende.
O respeito às mães perdura até nos lugares de onde a esperança fugiu.
Onde a polícia não entra, as mães têm livre acesso, ainda que seja para puxar a orelha do filho que se desviou do caminho recto. Até o filho bandido respeita sua mãe e reverencia-lhe a imagem quando ela já viajou para o outro lado da vida.
Existem mães que são verdadeiras escultoras. Sabem retirar da pedra bruta que lhe chega aos braços a mais perfeita escultura, trabalhando com o cinzel do amor e da ternura.
Ah, essas mães! Ao mesmo tempo que têm algo de fadas, também têm algo de "bruxas"... Elas adivinham coisas a respeito de seus filhos que eles desejam esconder de si mesmos. Sabem quando querem fugir dos compromissos, inventam desculpas e tentam enganar com suas falsas histórias... É que os filhos se esquecem de que viveram nove meses no ventre de suas mães e por isso elas os conhecem tão bem.
Ah, essas mães!
Mães são essas criaturas especiais que Deus dotou com um pouco de cada virtude para atender as criaturas não menos especiais, que são as crianças.
As mães adivinham que a sua missão é a mais importante da face da Terra, pois é em seus braços que Deus deposita Suas jóias, para que fiquem ainda mais brilhantes.
Talvez seja por essa razão que Deus dotou as mães com sensibilidade e valentia, coragem e resignação, renúncia e ousadia, afecto e firmeza.
Todas essas são forças para que cumpram a grande missão de ser mãe. E ser mãe significa ser co-criadora com Deus, e ter a oportunidade de construir um mundo melhor com essas pedras preciosas chamadas filhos...


Deus abençoe todas as mães!

Beijos



15 outubro 2008

Abraço de Deus



Uma avó conta que certo dia sua filha telefonou-lhe do pronto-socorro.
Sua neta, Robin, de apenas seis anos, tinha caído de um brinquedo no pátio da escola e havia ferido gravemente a boca.
A avó foi buscar as irmãs de Robin na escola e passou uma tarde agitada e muito tensa, cuidando das crianças, enquanto aguardava que a filha retornasse com a menina ferida.
Quando finalmente chegaram, as irmãs menores de Robin correram para os braços da mãe. Robin entrou silenciosa na casa e foi se sentar na grande poltrona da sala de estar.
O médico havia suturado a boca da menina com oito pontos internos e seis externos.
O rosto estava inchado, a fisionomia estava modificada e os fios dos cabelos compridos estavam colados com sangue seco.
A garotinha parecia frágil e desamparada. A avó aproximou-se dela com o máximo cuidado. Conhecia a neta, sempre tímida e reservada. " Desejas alguma coisa, querida?" perguntou.
Os olhos da menina fitaram a avó firmemente e ela respondeu: "quero um abraço."
À semelhança da menina machucada, muitas vezes desejamos que alguém nos tome nos braços e nos aninhe, de forma protectora.
Quando o coração está dilacerado pela injustiça, quando a alma está cheia de curativos para disfarçar as lesões afectivas, gostaríamos que alguém nos confortasse.
Quando dispomos de amores por perto, é natural que os busquemos e peçamos: abrace-me. Escute-me. Dê-me um pouco de carinho. Um chá de ternura.
Contudo, quando somos nós que sempre devemos confortar os outros, mais frágeis que nós mesmos, ou quando vivemos sós, não temos a quem pedir tal recurso salutar. Então, quando estivermos ansiosos por um abraço consolador nos nossos momentos de cansaço, de angústia e de confusão, pensemos em quem é o responsável maior por nós.
Quando não tivermos um amigo a quem telefonar para conversar, conversemos com nosso pai. Sirvamo-nos dos recursos extraordinários da oração e digamos tudo o que Ele, como omnisciente, já sabe, mas que nós desejamos contar para desabafar, aliviar a tensão interna.
Falemos das nossas incertezas e dos nossos dissabores, sobre as nossas decepções e nossos desacertos e nos permitamos sentir o envolvimento do seu abraço de pai amoroso e bom.
Não importa como O chamemos: Pai, Deus, Criador, Divindade. O importante é que abramos a nossa intimidade e nos permitamos ser acarinhados por Ele.
Ele sempre está pronto para abraçar Seus filhos sem impor condições. E se descobrirmos que faz muito tempo que não sentimos esse abraço divino, tenhamos a certeza de que faz muito tempo que não o pedimos.
Victor Hugo, poeta e romancista francês escreveu um dia: tenha coragem para lidar com as grandes tristezas da vida. E paciência para lidar com as pequenas. E, depois de ter cumprido laboriosamente sua tarefa diária, vá dormir em paz. Deus continua acordado.
Pensemos nisso. Deus está sempre acordado, e velando por nós.

14 outubro 2008

A arte de elogiar



Pesquisadores da universidade de Yale, nos Estados Unidos da América, realizaram um estudo com dez mil executivos Seniors para medir o poder da amizade na qualidade de vida dos americanos.
O resultado foi impressionante: ter amigos reduzia nada mais nada menos que 50% o risco de morte, sobretudo por doenças, num período de cinco anos.
Estas informações foram publicadas por um jornal recentemente e convidam-nos a pensar a respeito das amizades que cultivamos.
Muitos de nós temos facilidade para fazer novos amigos. Mas, nem sempre temos habilidade suficiente para manter essas amizades.
É que pelo grau de intimidade que os amigos vão adquirindo em nossas vidas, esquecemo-nos de os respeitar.
Assim, num dia difícil acreditamos que temos o direito de gritar com o amigo. Afinal com alguém devemos desabafar a raiva que nos domina. Porque estamos juntos muitas horas, justamente por sermos amigos, nos permitimos usar para com eles de olhares agressivos, de palavras rudes. Ou então, usamos os nossos amigos para a lamentação constante.
Todos os dias, em todos os momentos em que nos encontramos, seja para um lanche, um passeio, uma ida ao teatro ou ao cinema, lá estamos nós, usando os ouvidos dos nossos amigos como lixeira. É isso mesmo.
Despejando neles toda a lama da nossa amargura, das nossas queixas, das nossas reclamações.
Quase sempre, produto da nossa forma pessimista de ver a vida.
Sim, nossos amigos devem saber das dificuldades que nos alcançam para nos poderem ajudar. O que não quer dizer que devamos estragar todos os momentos de encontro, de troca de afectos com os nossos pedidos, a nossa tristeza.
Os amigos também têm suas dificuldades e para nos alegrar, procuram esquecê-las e vêm com a sua presença, colocar flores na nossa estrada árida.
Outras vezes, nos permitimos usar nossos amigos para brincadeiras tolas, até de mau gosto, acreditando que eles, por serem nossos amigos, devem suportar tudo. E quase sempre nos tornamos inconvenientes e os machucamos.
Por isso, a melhor fórmula para fazer e manter amigos é usar a gentileza, a simpatia, a doçura no trato com as pessoas. Lembremos que a amizade, como o amor, necessita ser alimentada como as plantas do nosso jardim.
Por isso a amizade necessita, para se manter da terra fofa da bondade, do sol do afecto, da chuva da generosidade, da brisa leve dos pequenos gestos de todos os dias.



Usa a cortesia nos teus movimentos e acções gerando simpatia e amizade. Podes começar no teu ambiente de trabalho.
Os que trabalham contigo merecem a tua consideração e o teu respeito. Torna-os teus amigos. Por isso, no trato com eles, usa as expressões: por favor, muito obrigado. Lembra-te de dizer bom dia com um sorriso, desejando de verdade que eles todos tenham um bom dia.
Observa e ajuda quanto puderes, gerando clima de simpatia. Sê amigo de todos e espalha o perfume da amizade por onde vás e onde estejas.

13 outubro 2008

As aparências enganam...



Num orfanato igual a tantos outros que existem por toda a parte, havia uma pobre órfã de oito anos de idade.

Era uma criança lamentavelmente sem encantos, de maneiras desagradáveis, evitada pelas outras, e francamente mal vista pelos professores. Por essa razão, a pobrezinha vivia no maior isolamento.

Ninguém para brincar, ninguém para conversar... Sem carinho, sem afecto, sem esperança... Sua única companheira era a solidão.

O director do orfanato aguardava ansioso uma desculpa legítima para livrar-se dela. E um dia apresentou-se, aparentemente, uma boa desculpa.

A companheira de quarto da menina informou que ela estava mantendo correspondência com alguém de fora do orfanato, o que era terminantemente proibido.

- Agora mesmo, disse a informante, ela escondeu um papel numa árvore.

O director e seu assistente mal puderam esconder a satisfação que a denúncia lhes causara.

- Vamos tirar isso a limpo agora mesmo, disse o superior. E, juntando-se ao assistente, pediu para que a testemunha do delito os acompanhasse a fim de lhes mostrar a prova do crime.

Dirigiram-se os três a passos rápidos, em direcção à árvore na qual estava colocada a mensagem.

De facto lá estava um papel delicadamente colocado entre os ramos.

O director desdobrou ansioso o bilhete, esperando encontrar ali a prova de que necessitava para livrar-se daquela criança tão desagradável aos seus olhos. Todavia, para seu desapontamento e remorso, no pedaço de papel um tanto amassado, pôde ler a seguinte mensagem:

"A qualquer pessoa que encontrar este papel: eu gosto de você."

Os três investigadores ficaram tão decepcionados quanto surpresos com o que leram. Decepcionados porque perderam a oportunidade de livrar-se da menina indesejável, e surpresos porque perceberam que ela era menos má do que eles próprios.




Quantos de nós costumamos julgar as pessoas pelas aparências embora saibamos que estas são enganadoras.

E o pior é que, se as aparências não nos agradam, marcamos a pessoa e nos prevenimos contra ela e suas atitudes.

Uma antiga e sábia oração dos índios Siuox, roga a Deus o auxílio para nunca julgar o próximo antes de ter andado sete dias com as suas sandálias. Isto quer dizer que, antes de criticar, julgar e condenar uma pessoa, devemos nos colocar no seu lugar e entender os seus sentimentos mais profundos.

Aqueles que talvez ela queira esconder de si mesma, para proteger-se dos sofrimentos que a sua lembrança lhe causaria.

12 outubro 2008

Olhar de amor...


Foi um choque para aquela jovem mãe quando recebeu o diagnóstico de cancro.

Sucederam-se os tratamentos e naquele dia, após o internamento, quando ela voltava para casa, sentiu-se muito triste.

Ela estava consciente da sua aparência. Estava sem cabelos por causa da radioterapia.

Sentia-se desencorajada. Seu marido continuaria a amá-la? E seu filho? Ele tinha apenas seis anos.

Quando chegou a casa, sentou-se na cozinha, pensando em como explicar ao seu filho porque estava tão feia.
Ele apareceu na porta e ficou olhando-a, curioso.

Quando ela iniciou o discurso que ensaiara para ajudá-lo a entender o que via, o menino aproximou-se e aconchegou-se no seu colo, quietinho, a cabeça recostada no seu peito.
Ela acariciou a cabecinha do filho e disse:

- " Vais ver como daqui a pouco o meu cabelo vai crescer e eu vou ficar melhor, como era antes".

O menininho levantou-se, olhou para ela pensativo. Depois, com a espontaneidade da sua infância, respondeu:

-"seu cabelo está diferente, mãe. Mas o seu coração está igualzinho."

A mãe não precisava esperar mais para melhorar. Com os olhos cheios de lágrimas, ela deu-se conta de que já estava muito melhor.



O essencial é invisível aos olhos, dizia o pequeno príncipe, no livro de Antoine de Saint Exupéry. Quem ama vê além da aparência física e é isto que ama: a essência.


09 outubro 2008

O zelador da fonte



Conta uma lenda austríaca que em determinado povoado havia um pacato habitante da floresta que foi contratado pelo conselho municipal para cuidar das piscinas que guarneciam a fonte de água da comunidade.

O cavalheiro com silenciosa regularidade, inspeccionava as colinas, retirava folhas e galhos secos, limpava o limo que poderia contaminar o fluxo da corrente de água fresca.

Ninguém lhe observava as longas horas de caminhada ao redor das colinas, nem o esforço com a retirada de entulhos.

Aos poucos, o povoado começou a atrair turistas.

Cisnes graciosos passaram a nadar pela água cristalina. Rodas d´água de várias empresas da região começaram a girar dia e noite. As plantações eram naturalmente irrigadas, a paisagem vista dos restaurantes era de uma beleza extraordinária.

Os anos foram passando. Certo dia, o conselho da cidade reuniu-se como fazia semestralmente. Um dos membros do conselho resolveu inspeccionar o orçamento e colocou os olhos no salário pago ao zelador da fonte.

De imediato, alertou aos demais e fez um longo discurso a respeito de como aquele velho estava sendo pago há anos, pela cidade. E para quê? O que é que ele fazia afinal? Era um estranho guarda da reserva florestal, sem utilidade alguma. Seu discurso a todos convenceu. O conselho municipal dispensou o trabalho do zelador.

Nas semanas seguintes, nada de novo. Mas no Outono, as árvores começaram a perder as folhas. Pequenos galhos caíam nas piscinas formadas pelas nascentes.

Certa tarde, alguém notou uma coloração meio amarelada na fonte. Dois dias depois a água estava escura. Mais uma semana e uma película de lodo cobria toda a superfície ao longo das margens.
O mau cheiro começou a ser exalado.

Os cisnes emigraram para outras bandas. As rodas d´água começaram a girar lentamente e depois pararam. Os turistas abandonaram o local. A enfermidade chegou ao povoado.

O conselho municipal tornou a reunir-se, em sessão extraordinária e reconheceu o erro grosseiro cometido.

De imediato, tratou de contratar novamente o zelador da fonte.

Algumas semanas depois, as águas do autêntico rio da vida começaram a clarear.

As rodas d´água voltaram a funcionar. Os cisnes voltaram e a vida foi retomando o seu curso.

Assim como o conselho municipal da pequena cidade, somos muitos de nós que não consideramos determinados servidores.

Aqueles que se desdobram todos os dias para que o pão chegue à nossa mesa, o mercado tenha as prateleiras abarrotadas. Que os corredores do hospital e da escola se mantenham limpos. Há quem limpe as ruas, recolha o lixo, dirija o autocarro, abra os portões da empresa. Servidores anônimos. Quase sempre passamos por eles sem vê-los.

Mas sem seu trabalho, o nosso não poderia ser realizado ou a vida seria inviável.

O mundo é uma gigantesca empresa, onde cada um tem uma tarefa específica, mas indispensável. Se alguém não executar o seu papel, o todo perecerá.

Dependemos uns dos outros. Para viver, para trabalhar, para sermos felizes!

Vale a pena reflectir sobre isto!

08 outubro 2008

O tesouro de Bresa...



Houve outrora, na Babilónia, um pobre e modesto alfaiate chamado Enedim, homem inteligente e trabalhador, que não perdia a esperança de vir a ser riquíssimo. Como e onde, no entanto, encontrar um tesouro fabuloso e tornar-se assim, rico e poderoso?

Um dia, parou na porta de sua humilde casa, um velho mercador da fenícia, que vendia uma infinidade de objectos extravagantes. Por curiosidade, Enedim começou a examinar as bugigangas oferecidas, quando descobriu entre elas, uma espécie de livro de muitas folhas, onde se viam caracteres estranhos e desconhecidos.

Era uma preciosidade aquele livro, afirmava o mercador, e custava apenas três dinares. Era muito dinheiro para o pobre alfaiate, razão pela qual o mercador concordou em vender-lhe o livro por apenas dois dinares.

Logo que ficou sozinho, Enedim tratou de examinar sem demora, o bem que havia adquirido. Qual não foi a sua surpresa quando conseguiu decifrar, na primeira página, a seguinte legenda: "o segredo do tesouro de Bresa."

Que tesouro seria esse?

Enedim recordava vagamente de já ter ouvido qualquer referência a ele, mas não se lembrava onde, nem quando.

Mais adiante decifrou: "o tesouro de Bresa, enterrado pelo génio do mesmo nome entre as montanhas do Harbatol, foi ali esquecido, e ali se acha ainda, até que algum homem esforçado venha encontrá-lo."

Muito interessado, o esforçado tecelão dispôs-se a decifrar todas as páginas daquele livro, para apoderar-se de tão fabuloso tesouro.

Mas, as primeiras páginas eram escritas em caracteres de vários povos, o que fez com que Enedim estudasse os hieróglifos egípcios, a língua dos gregos, os dialectos persas e o idioma dos judeus.

Em função disso, ao final de três anos Enedim deixava a profissão de alfaiate e passava a ser o intérprete do rei, pois não havia na região ninguém que soubesse tantos idiomas estrangeiros.

Passou a ganhar muito mais e a viver numa confortável casa.

Continuando a ler o livro encontrou várias páginas cheias de cálculos, números e figuras. Para entender o que lia, estudou matemática com os calculistas da cidade e, em pouco tempo, tornou-se grande conhecedor das transformações aritméticas.

Graças aos novos conhecimentos, calculou, desenhou e construiu uma grande ponte sobre o rio Eufrates, o que fez com que o rei o nomeasse prefeito.

Ainda por força da leitura do livro, Enedim estudou profundamente as leis e princípios religiosos de seu país, sendo nomeado primeiro-ministro daquele reino, em decorrência de seu vasto conhecimento.

Passou a viver num sumptuoso palácio e recebia visitas dos príncipes mais ricos e poderosos do mundo.

Graças ao seu trabalho e ao seu conhecimento, o reino progrediu rapidamente, trazendo riquezas e alegria para todo o seu povo. No entanto, ainda não conhecia o segredo de Bresa, apesar de ter lido e relido todas as páginas do livro.

Certa vez, teve a oportunidade de questionar um venerado sacerdote a respeito daquele mistério, que sorrindo esclareceu:

"O tesouro de Bresa já está em seu poder, pois graças ao livro você adquiriu grande saber, que lhe proporcionou os invejáveis bens que possui. Afinal, Bresa significa saber e Harbatol quer dizer trabalho."




Com estudo e trabalho pode o homem conquistar tesouros inimagináveis. O tesouro de Bresa é o saber, que qualquer homem esforçado pode alcançar, por meio dos bons livros, que possibilitam "tesouros encantados" àqueles que se dedicam aos estudos com amor e tenacidade.

07 outubro 2008

Vidas sem rumo



Era um sábado de sol e uma família aproveitava o início do verão para fazer um passeio diferente.

Informados de que uma ilha, situada a meia hora de barco do litoral, era um lugar agradável e belo, para passarem o dia não hesitaram.
O pai comprou as passagens de barco, a mãe arrumou as crianças e chamou a avó para compartilhar do passeio. Nas mãos, uma mochila com alguns apetrechos de praia para garantir um dia tranquilo. E só.

Não se informaram sobre o que realmente encontrariam, nem sobre o que deveriam levar para passar o dia. Não se inteiraram também sobre o que havia para ser visto e se tinha algum tipo de guia no local para facilitar-lhes o passeio.

Quando desembarcaram não olharam para os demais passageiros, para onde iriam, ou que rumo tomariam.

Discutiam entre si para decidir o que fariam e, por fim, acabaram tomando uma trilha, dentre as muitas que havia, e caminharam muito, sem saber sequer para onde se dirigiam.

Passaram por pequeninas vilas, cruzaram riachos e pontes, até alcançar uma praia pequena, sem movimento e sem grandes atractivos.

Os mosquitos e o sol inclemente tornaram o passeio ainda mais difícil.

A ausência de um local apropriado para o almoço, para um descanso, também foi motivo de discussão entre os membros da família.

Horas depois de terem desembarcado, o único desejo de todos era retornar ao barco e voltar o mais rápido possível para casa. Não conseguiam conceber como alguém poderia ter, em sã consciência, recomendado um programa como aquele.

Quando, enfim, conseguiram encontrar o caminho de volta e localizaram o cais onde haviam desembarcado, puderam sentar-se à sombra e comprar água fresca para beber.

Todos cansados e irritados, começaram a perceber as pessoas em volta e notaram os comentários que faziam a respeito da ilha.

Uns falavam ter adorado a vista do morro onde ficava o farol. Mas de que farol falavam?

Outros diziam que a fortaleza construída há mais de duzentos anos era um espectáculo à parte. Fortaleza? Onde era a fortaleza?

Falavam também de praias de águas mansas e transparentes onde as crianças podiam brincar sossegadas. Onde afinal ficavam tais praias?

Quando a família se alojou no barco que a levaria de volta ao continente, pai, mãe, avó e filhos se entreolharam e deram-se conta de que haviam desperdiçado o dia.

Perceberam que por falta de planeamento, de diálogo e de cuidado, deixaram de conhecer as belezas daquele lugar, e que haviam sofrido desnecessariamente.

Esboçaram um sorriso sem graça e voltaram para casa em silêncio, pensativos e desapontados. ......................................



Muitos de nós também passamos pela vida assim. Vivemos por viver, sem saber ao certo o que fazer dessa oportunidade abençoada.

Não planejamos nossas condutas e repetimos mil vezes os mesmos erros, insistindo em antigos vícios.

Não sabemos o que queremos alcançar, quem queremos ser, e assim desperdiçamos horas, dias, anos...

Desperdiçamos a vida.

Quem não sabe aonde pretende ir não chega a lugar algum. Corre o risco de andar em círculos ou, ainda, de acabar sofrendo riscos e dores desnecessárias.

Planejemos, no presente, o nosso futuro.

Tracemos rumos seguros para nossa vida.

06 outubro 2008

O raio de luz




Todas as noites antes de fazer os filhos adormecerem, um pai muito carinhoso conversava com eles, enquanto afagava-lhes os cabelos anelados.

Diariamente escolhia um assunto que encontrava no evangelho, ou em algum acontecimento do quotidiano.

Naquela noite sem luar, quando as nuvens encobriam as estrelas, ele arranjou uma forma diferente de chamar a atenção das crianças.

Colocou-as no sofá da sala e disse-lhes que não se assustassem com a escuridão, porque apagaria todas as luzes da casa, de propósito. E assim o fez.

Deixou a casa às escuras e sentou-se no meio dos filhos que o aguardavam apreensivos. Perguntou-lhes o que eles eram capazes de ver em meio àquele breu. O menininho mais velho comentou que conseguia distinguir os contornos da cadeira que estava à sua frente, mas que não conseguia saber ao certo qual objecto produzia a sombra que se apresentava um pouco mais adiante.

O pai, aproveitando a oportunidade esclareceu:
- "nossos olhos acostumam-se com a ausência de luz e acabam conseguindo, com algum esforço, distinguir alguns objectos. Porém, não é possível notar tudo quando a luz nos falta. Alguns contornos podem enganar nossos sentidos. Muitos detalhes passam despercebidos. As cores deixam de ser perceptíveis. A ausência de luz dificulta nosso caminhar, porque não conseguimos notar com segurança para aonde estamos indo."

Nesse momento, ele acendeu uma vela que trazia consigo. As crianças exultaram diante da claridade que se fez na sala. "
Vejam!" - convidou o pai - "percebam como tudo parece diferente na presença da luz.
As sombras já não mais nos confundem. Agora as formas assumem contornos mais exactos.
Como é mais fácil buscar um caminho, quando há luz a mostrar a direcção correcta."

Encantadas com a singela, porém, inesquecível descoberta, as crianças concordaram com o pai, enquanto o cobriam de carinhos antes de serem levados para a cama.
A maior glória da alma que deseja participar na obra de Deus será transformar-se em luz na estrada de alguém.



Projectemos alegrias fomentadoras de vida naqueles que se encontram combalidos pela tristeza e pelo desalento. Sejamos também um raio de luz, espraiando brilho e calor, beleza e harmonia, em todos os momentos, iluminando assim, também, nossos próprios caminhos.

05 outubro 2008

Auxílio mútuo




Numa zona montanhosa, através da região deserta, caminhavam dois velhos amigos, ambos enfermos, cada qual a defender-se quanto possível contra os golpes do ar gelado, quando foram surpreendidos por uma criança semimorta na estrada, ao sabor da ventania de Inverno.

Um deles fixou o singular achado e exclamou, irritado:
- Não perderei tempo! A hora exige cuidado para comigo mesmo. Sigamos em frente.
O outro porém, mais piedoso, considerou:
- Amigo, salvemos o pequenino. É nosso irmão em humanidade.
- Não posso - disse o companheiro endurecido. Sinto-me cansado e doente. Este desconhecido seria um peso insuportável. Temos frio e tempestade. Precisamos chegar à aldeia próxima o mais depressa possível. E avançou em largas passadas.

O viajante de bom sentimento, contudo, inclinou-se para o menino estendido, demorou-se alguns minutos colando-o paternalmente ao seu peito, e aconchegando-o ainda mais, marchou, embora menos rápido.
A chuva gelada caiu metódica pela noite dentro, mas ele amparando o valioso fardo, depois de muito tempo, atingiu a hospedaria do povoado que buscava.

Com enorme surpresa porém, não encontrou o colega que havia seguido na sua frente. Somente no dia seguinte, depois de minuciosa procura, foi o infeliz viajante encontrado sem vida numa vala do caminho alagado.

Seguindo a pressa e só, com a ideia egoísta de preservar-se, não resistiu à onda de frio que se fizera violenta, e tombou encharcado, sem recursos com que pudesse fazer face ao congelamento.

Enquanto que o companheiro, recebendo em troca o suave calor da criança que sustentava junto do próprio coração, superou os obstáculos da noite frígida, salvando-se de semelhante desastre.

Descobrira a importância do auxílio mútuo. Ajudando o menino abandonado, ajudara-se a si mesmo. Avançando com sacrifício para ser útil a outrem, conseguira triunfar dos percalços do caminho, alcançando as bênçãos da salvação recíproca.

Um homem sozinho é simplesmente um adorno vivo da solidão, mas aquele que coopera em benefício do próximo é credor do auxílio comum.

Ajudando, seremos ajudados. Dando, receberemos.

Ninguém duvide!

02 outubro 2008

A força do amor!




Estavam noivos e preparavam-se para o casamento quando o pai da noiva descobriu que o rapaz era dado ao jogo.

Decidiu opor-se à realização do matrimónio, a pretexto de que o homem que se dá ao vício do jogo, jamais seria um bom marido.

Contudo, a jovem obstinada decidiu casar-se, assim mesmo. E conseguiu, fazendo valer a sua vontade, vencendo a resistência do pai.

Nos primeiros dias de vida conjugal, o rapaz portou-se como um marido ideal.

Entretanto, com o passar dos dias, sentia crescer em si cada vez mais o desejo de voltar à mesa de jogo.

Certa noite, incapaz de resistir, retornou ao convívio de seus antigos companheiros.

Em casa, a jovem resolveu começar um bordado para se entreter e ficou aguardando. Embora ocupada com o trabalho manual, tinha os olhos presos no relógio. As horas pareciam passar cada vez mais lentas. Já era alta madrugada, quando o marido chegou. Nem disfarçou a sua irritação, por surpreender a companheira ainda acordada. Logo imaginou que ela o esperava para censurar a sua conduta.

Quando ele a interrogou sobre o que fazia àquela hora ela, com ternura e bondade na voz, disse que estava tão envolvida com seu bordado, que nem se dera conta da hora avançada. Sem dar maior importância à ocorrência, ela foi-se deitar.

No dia seguinte, quando ele retornou ainda mais tarde da casa de jogos, encontrou-a outra vez a esperá-lo.

- "Outra vez acordada?", perguntou ele quase colérico. "Não quis que fosses deitar-te, sem que antes fizesses um lanche. Preparei torradas, chá quentinho. Espero que gostes."
E, sem perguntar ao marido onde estivera e o que fizera até aquela hora, a esposa beijou-o carinhosamente e recolheu-se ao leito.

Na terceira noite, ela o esperou com um bolo delicioso, cuja receita lhe fora ensinada pela vizinha. Antes mesmo que o marido dissesse qualquer coisa, ela prendeu-se ao pescoço dele, abraçou-o e pediu que provasse da nova delícia.

E assim, todas as madrugadas, a ocorrência repetiu-se. O marido começou a sentir-se mal.
Na mesa de jogo, tinha o pensamento menos preso às cartas do que à esposa que o esperava, pacientemente, como um anjo da paz.

Começou a experimentar uma sensação de vergonha, ao mesmo tempo de indiferença e quase repulsa por tudo quanto o rodeava.

O que ele tinha em casa era uma mulher que o esperava, todas as madrugadas, para o abraçar, dar carinho. E ele, ali naquele lugar?

Aos poucos, foi-se tornando mais forte aquele incómodo. Finalmente, um dia de olhar vago e distante, como se tivesse diante de si outro cenário, o rapaz levantou-se de repente da mesa de jogo. Como se cedesse a um impulso quase automático, retirou-se, para nunca mais voltar.



Nos dias de hoje, é bem comum os casais optarem por se separar, até por motivos quase ingénuos. Poucas criaturas decidem lutar para harmonizar as diferenças, superar os problemas, em nome do amor, a fim de que a relação matrimonial se solidifique.

Contudo, quando o amor se expressa, todo o panorama se modifica.
É difícil a alma que resista às expressões do amor. Porque o amor traz a mensagem do bem estar, da alegria.

Desta forma, é sempre salutar investir no amor, expressando-o através de gestos, pequenas atenções, gentilezas.

O amor é o sentimento por excelência e tem a capacidade de transformar situações e pessoas.

Se ainda não experimentou este amor experimente-o agora.


Tenham um maravilhoso fim de semana se possível cheio de AMOR!!!





prémios e miminhos ganhos